Das redes sociais corporativas nasce o novo Social Learning como paradigma de ensino corporativo das gerações atuais.

A geração Y que está operando e já em boa parte liderando as nossas empresas, pertence ao coorte entre 1980 e 1995 e segundo uma pesquisa da Hay Group, já ocupa mais de 20% dos cargos de direção das empresas, abrindo o caminho para a próxima geração de profissionais. Esta geração consome muita tecnologia, sabe como manipulá-la e usá-la para seu benefício. É uma geração que aprendeu o conceito do virtual não como algo que não existe mas como protótipo de realidade.  A velocidade com a qual eles conseguem se desenvolver no mundo virtual reflete nos desejos de crescimento rápido desta geração na empresa. Sempre segundo a pesquisa da Hay Group para 93% dos entrevistados, quanto mais a empresa investir em desenvolvimento profissional, mais atrativa será. Os próximos trabalhadores, os da geração Z, serão ainda mais velozes, nascidos sob influência da internet, desenvolveram mais ainda a capacidade multifuncional. Não é incomum ver nossos adolescentes operarem ao mesmo tempo um Messenger no computador, um SMS no celular, enquanto estão assistindo televisão. São pessoas exigentes que querem um serviço 24x7 e não se surpreendem com as novidades tecnológicas. Para eles esta tecnologia já é uma commodity. A mesma conectividade é também uma commodity. No Brasil 48% da população está on-line e entre as pessoas de 15 a 49 anos – 74% da população economicamente ativa – este número sobe a 74%[1]. Para 32% dos usuários o acesso à internet é feito com mais frequência através do próprio smartphone do que do próprio computador[2]. Esta capacidade de agir de maneira multifuncional e esta necessidade de estar conectados são dois aspectos muito importantes que as empresas devem considerar e valorizar. Outro aspecto comum a estas gerações é o desejo de protagonismo, ou como é definido por Paula Sibilia “o imperativo de visibilidade” incentivado pelos meios de comunicação e “exposição” cada vez mais acessíveis. Paula Sibilia no seu livro “o show do eu” fala de como a publicação de algo na rede (seja um blog, um site ou outra forma de publicação) é no final um espelho para focar a atenção sobre a verdadeira obra: o próprio eu. Esse imperativo decorrente da intersecção entre o público e o privado parece ser uma consequência direta do fenômeno globalizante, que exacerba o individualismo[3]. É preciso ser visto para existir no ciberespaço. É preciso constituir-se parte dessa sociedade em rede apropriando-se do ciberespaço e constituindo um “eu” ali[4]. Eu acredito que esta realidade se resume em uma frase: Parafraseando Descartes “Google ergo sum”. Se não estamos presentes no Google hoje não existimos. Necessidade de comunicação, exigência de informações rápidas, úteis e sempre disponíveis, necessidade de investimento no próprio crescimento, desejo de protagonismo, exposição da própria imagem são todos aspectos importantes à serem considerados no desenvolvimento profissional destas gerações. É neste terreno fértil que as redes sociais nasceram e se proliferaram no mundo todo. Sobre este mesmo terreno nasce o conceito de rede social corporativa, representado por ambientes virtuais onde os colaboradores podem expor a própria imagem, participar de competições saudáveis, receber novidades, transferir experiências, aprender com outros e pelos outros. A Verdadeira rede social não é apenas um meio sofisticado de comunicação interna, mas ambiente que une “gamificação”, social learning e trabalho colaborativo.  Quando comecei a falar de rede social corporativa no Brasil dez anos atrás, encontrei muitos pontos de interrogação e muitos obstáculos. O medo de introduzir na empresa um meio de distração ou pior de fuga de informações era muito alto. Hoje já vejo a constante procura das empresas por ferramentas que aumentem o engajamento entre os colaboradores através de processos “gamificados” de comunicação e cooperação. As comunidades virtuais podem ser foco de uma epidemia de sentimento de pertença que invade os colaboradores, os engaja tanto na colaboração quanto nas próprias funções operacionais.

É sobre esta premissa tecnológica que hoje é possível falar com sucesso de Social Learning:aprender com os outros e pelos outros.
Hoje o Social Learning pode portanto ser considerando o paradigma de ensino corporativo para estas novas gerações. Aprendem mais, mais facilmente, mais rapidamente, com mais retenção de conteúdo e menor custos.

[1] Think Insight. Artigo "O consumidor brasileiro é hiper" Setembro 2014

[2] Think Insight. Artigo "O consumidor brasileiro é hiper" Setembro 2014

[3] (Redes sociais na internet - Raquel Recuero)

[4] (Efimova, 2005)

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